Desafios que as mulheres enfrentam como cabeças de listas dos partidos políticos nas eleições


 

Campanha sobre os desafios que as mulheres enfrentam como cabeças de listas dos partidos políticos nas eleições

Segundo Elisa Muianga do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), diz que um número baixo principalmente a nível dos governos provinciais e municipais. Se comparado aos dados do último censo eleitoral, que mostra que 53% do eleitorado do país é feminino. Uma maioria que continua a ser representada na política maioritariamente por homens.

Afirma ainda que praticamente não temos nenhum partido político que tenha um secretário-geral, uma presidente. Se existe, é um partido assim muito pequeno, sem grande representatividade

As mulheres em Moçambique estão a começar agora a interessar-se em perceber que política é o dia-a-dia delas e elas devem ser membros. Mas encontram, evidentemente, um obstáculo, porque os homens acham que o espaço político é um espaço deles. Eles é que percebem, eles é que ditam as regras por isso em Moçambique: De 30 cabeças de lista, só cinco são mulheres.9

Segundo a representante da Liga Feminina da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), também diz que o machismo é um problema que atinge todos os partidos, Moçambique é um país com características machistas e este machismo é o desafio que as mulheres tem, para conquistar o nosso espaço. Há leis muito boas a favor da mulher, como a Carta Africana, a resolução 1325.

Podemos dizer que a escolha dos candidatos a cabeças de lista é um processo democrático entre aspas. A eleição é: primeiro o órgão indica, lança para as bases, e a base por sua vez, elege através das conferências. Entretanto, são avançados os nomes e, dentro desses nomes podem estar lá homens e mulheres. Neste processo, temos essas duas frentes por enfrentar: o próprio homem, que, muitas vezes, faz barreiras à mulher, e a própria mulher, a fazer barreira à outra mulher", explica.

Segundo Judite Sitoe, líder da liga feminina do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), concorda que, algumas vezes, na luta pelo poder, os homens interferem nas candidaturas de mulheres e que elas, por sua vez, não se apoiam. Eles mostram a outras mulheres que essa mulher não é capaz, mas que ele é capaz. E as mulheres, em vez de se apoiarem, apoiam o homem.

Mas o secretário-geral do MDM, José Domingos Manuel, acredita que o problema não reside nos partidos, nem nos homens, mas na falta de iniciativa das mulheres em se candidatarem e na falta de união entre si. Acabam ficando apenas homens a desafiar. Poucas tentam, e quando tentam, há o problema delas mesmo não se apoiarem.

Em alguns casos, são as próprias mulheres que não têm confiança em si mesmas, e em outros, as mulheres não confiam umas nas outras.

Segundo Sitoe a solução para o problema da falta de confiança, aposta na capacitação para encorajá-las na disputa com os homens e para auxiliar o trabalho de outras mulheres. 

É preciso que haja mais capacitação das mulheres. Precisamos de capacitar mais e também sermos capacitadas", conclui.

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